quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Felicidade à sombra da Liberdade

Criando novos horizontes em meio ao mês de Setembro, percebe-se as fortes ondas de calor que a tradicional data cívica e o início da primavera recriam...
Torna-se enfim verdade à olhos vermelhos aqueles que não acreditam que o planeta está sendo consumido pelo ser humano. Sendo a esperança nosso maior aliado, e torcemos para nunca perder sua amizade, mesmo que de nossa parte seja intolerável tê-lo como amigo, somos capazes de aumentar nossa carga desumana e suja...
Talvez seria melhor amenizar nossa dor, buscando pela arte e cultura um meio de divulgação e expandindo aos demais o manifesto que nos é pedido. Tomei parte de um filme interessante sobre cultura e associações sobre o ser humano em diferentes níveis de convívio e para assistir "Escritores da Liberdade" nossa alma ganha um novo sentido de educação que é tão necessária aos dias de hoje.

Tanto Assim

Tanto assim
Como sabera
De um sonho que terminou em sombra
Sombra suave e fresca e festa
Foi-se passar e passou
Aluou o que não se pode falar
E falou o desespero do som
Assim é, assim foi

Tanto assim
Que passou
E o sonho findou
A sombra cresceu
O que era fresco, murchou
O que passa, enloucou

Tanto tempo
O que passa, acabou
O tempo levou
Em canto e descontento

(Éverton Bernardes Wenceslau)

quarta-feira, 21 de maio de 2008

O que é Insubstituível

Diante de tanta tecnologia, ciência e conhecimentos gerados a cada segundo em qualquer parte do planeta, ocasionada pelo crescimento expressivo de opiniões, idéias e bases científicas, temos em nossa frente (esquecida) nosso próprio sentimento de como acompanhar tal desenvolvimento.
Passear em um domingo à tarde, correr no parque, sair para pescar, praticar algum esporte que goste ou quem sabe bater um papo com os amigos presentes lado-a-lado (nada de interferência de computadores), são tarefas que parecem possuir um tempo para realizar-mos que não se conseguem concretizar como há muito tempo.
Os valores de quando fomos crianças parecem desaparecer com o passar dos anos. Jogar bolinha de gude na rua, correr atrás de pipa, jogar bola, esconde-esconde, enfim, tudo parece desaparecer com a evolução da ciência.
Lembro de pessoas que há muito contribuíram para minha infância e que delas hoje não posso agradecer, pois não as vejo como antes, e algumas não estão em meus contatos "on-line". Por isso é bom aprender a reconhecer cada indivíduo enquanto está ali ao nosso lado.
Supostamente essa teoria tende a aumentar, pois quanto mais oportunidades, ou tempo, eu adquiro, mais pessoas "interessantes" vão indo embora e perde-se o contato.
O insubstituível não é o carro do ano ou a mansão que sonhamos comprar um dia; mas até lá quanto tempo passou para isso acontecer? Trabalhamos tanto que esquecemos completamente da relação entre as pessoas. Nossos sentimentos parecem ter muito mais importância que o dos outros. Nosso trabalho parece refletir uma obrigação de que sempre é melhor que antes e nossa meta é alcançar índices maiores ainda.
Sei que não sou como antigamente, mudei também. Mas quem não muda? O momento atual é muito diferente do que há um ano atrás. Aliás, não lembro com exatidão o que fiz há um ano atrás. Seja o que for, tudo é proporcional ao que sou agora. Isso é o que importa.
Inclusive o tempo é apurado. Quanto mais você gasta com ele, mais é cobrado. Cada vez você melhora seu estilo de vida ou sua cultura. Procuramos cada vez mais o melhor, e dele também acontece uma evolução do que ouvimos, lemos e o que realmente queremos para nós mesmos.
Confesso que sempre uso o "nós" involuntariamente para falar com os outros e não vejo mal algum nisso. Pode ser que o insubstituível seja isso que nos acompanha sempre: o nós e não o eu.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Luisa no romance "O Primo Basílio"

Luisa, jovem de media burguesia, cabeça fraca e sonhos altos, casou-se digamos, por interesse ao que o engenheiro Jorge pudesse lhe dar o suposto conforto à jovem.
Dentro disso, Eça de Queirós quis tratar a sociedade burguesa do final do século XVIII, caracterizando seus pontos aguçados em dar crítica sutilmente à maneira que a classe de então vivia em Portugal e Europa. Com esse pano de fundo, temos em análise Luísa como personagem atraída pelo marasmo e em primeira oportunidade na ausência do marido o trai com seu primo Basílio, jovem elegante e charmoso.
A vida de Luisa foi muito desdenhada; ora sentava-se ao sofá ou passava horas ao piano. Este último era marcado sempre com as presenças e aceitações musicais, tanto por parte de Basílio como de seus amigos Sebastião ou Felicidade. Aprendeu inclusive canções que diriam o seu estado de espírito ou o que aceitaria e rejeitaria para si.
Tal comprovação se dá à uma vida pura e ingênua, e assim realçamos que o Primo Basílio não era nada galante ou cortês, ao que apenas seduziria Luisa para tê-la como mulher. Não tendo como evitar e aceitando os galanteios do primo, Luisa rende-se à um mundo fictício e irreal, tanto que quando se dá conta de si e do mal que ocorreu, repudia-se de tudo o que passou e quer ter seu amado Jorge de volta e o trato infinitamente melhor que antes de sua viagem à negócios. Nesse curto período surge a trama, Juliana sua empregada mal quista por todos, rouba-lhe duas ou três cartas e suborna sua patroa. Basílio parte com uma desculpa qualquer e deixa sua prima a vã de sua própria desventura. Assim Jorge volta e Luisa e atormentada todos os dias por sua empregada que a faz trabalhar para si e lhe exige mordomias. Chega assim a um ponto em que a dissonância da vida é aparentemente precária, quer dizer, tudo é uma rotina que deixa um ar úmido e parado no ar, tomando conta do espaço todo e de um futuro sem perspectivas.
Por fim, sem mais se aproximar do piano e auxiliando e implorando a ajuda de Sebastiao consegue finalmente as cartas e falece por aneurisma sua empregada. Jorge mais tarde descobre tudo e a jovem fica a mercê de uma doença infame que a consome por alguns dias até que a leva sem explicações.
De uma temática original que foi acompanhado em "O Crime do Padre Amaro", Eça explora o universo feminino em suas personagens assim como Machado de Assis, da qual, faz-se inclusive contrapontos em comum e analogias quanto a personagens de um ou outro autor.
O curioso é que a música sempre dá as caras quanto se trata destes dois autores. "Helena" de Machado de Assis, "Dom Casmurro", narrado em primeira pessoa por Bentinho ou mesmo em "O Primo Basílio", onde a musicalidade fluiu-se inclusive na passagem que foi musicada, ou melhor, declamada por Arnaldo Antunes em "Amor I Love You" em disco de Marisa Monte.
Põe-se aí o instrumento do piano sempre com a elite ou a burguesia em geral, mas que sempre acompanha os emblemas de uma sociedade em que gerações ou centenários ainda perduram muito o que apontar nos romances históricos, onde se sugere muito a analisá-los com leitura e afinco.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Como a Música e o Jazz se Transformaram em Pop

Vários estilos e elementos foram construídos pelos negros, tais que pelo fato de possuírem qualidades artísticas visíveis e auditivas com indefectível intuição, eram discriminados e exilados de suas próprias evidências. São eles os arquitetos de vários estilos que se propagaram para quase todos os cantos do globo. Nos Estados Unidos foram eles que introduziram o blues que mais tarde caracteriza o jazz de raiz e mais tarde o jazz fusion. São eles os principais bandleaders de quilate de um Miles Davis, Ornette Coleman ou John Coltrane entre outros. Mesmo Duke Ellington com sua elegância, causaram impactos que jamais poderão ser extraídos das artérias do jazz. Essa técnica e apuração foi sendo lapidada com o passar do tempo e trouxe benefícios que muitos observaram como obstáculos, mas sabemos que estes foram derrubados contra o preconceito da aceitação de seus próprios ídolos, sendo que artistas negros eram segredados ou simplesmente não eram valorizados como seres artísticos.
No Brasil isso não foi diferente. Os negros trouxeram seus cantos africanizados desde a época da Escravidão e mesmo antes com os cantos mouros que eram aceitos em determinadas áreas do nordeste sofreram a forte influência do negro nesta tal cultura.
O maxixe, gênero primário do samba, era compassado e muito boliçoso para as ditas elites da época. Pois desde os primórdios eram apenas costumes praticados e dançados pelos próprios negros. Após esta modéstia evolução que sucedeu para o gênero samba. Houve pessoas que contribuíram de forma significativa para que o samba fosse explorado e posto como arte. O choro foi aceito primeiramente que o samba, mas tambem sofreu resistência. Tia Ciata foi uma das personagens que mais alicerçaram estes gêneros e os expandiu de dentro de sua casa e abrigou inúmeros artistas que transformaram a raiz da musica brasileira para a qual conhecemos hoje.
Acontece que o que é raiz, seja em música ou arte, com o tempo passa a sofrer uma diluição, isto é, torna-se mais pop, mais comercial e vendável. Isto em poucas palavras, sofreu a influência que muitas gerações desenvolveram por orgulho a uma nação e que foi reduzida a algo insosso e monótono.
Nas décadas de 50 e 60 como podemos observar nos Estados Unidos, o rock também sofreu expansão com um artista branco, Elvis, mas antes dele cantores como Little Richard, por exemplo eram "banidos" das rotas musicais. Duke Ellington e os mais geniais jazzistas também foram interpelados e postos em dúvida para saber se o que realmente faziam era música. Thelonious Monk com nome dificílimo e nível técnico mais apurado ainda, sofreu inúmeras ameaças de seus amigos e posto como anti-musical. Junto com Ornette Coleman foi repudiado e aceito apenas com certa resistência da parte individual destas figuras. Sabemos hoje, que tais caráteres foram seletivos e indispensáveis para o que se ouve hoje em dia, mas estes são artistas que geraram tais movimentos musicais e dispuseram nestes o que possuiam dentro de si.
As décadas seguintes foram o manifesto e uma pré-anunciação do que se encontraria hoje, principalmente depois das revoluções e evoluções ritmicas e que o tempo traçou de simplificar. A década de 90 foi a década da "citação". Houve todo um agrupamento de estilos de artistas, como os já citados, em muitos outros que surgiram logo depois. Hoje, ocupa-se o mínimo de genialidade e se usa a quase copiação plageada.
Ouvimos artistas afinados e de boa técnica, muitos dos quais passei a admirar e que tem me conquistado talvez por estas mesmas qualidades. Quem se renova e não se preocupa com a quantidade de acertos e erros é Herbie Hancock. Admiro este pianista, como tantos outros, mas com a perfeição que lhe foi atribuída, nota-se que o tempo encarregou de trazê-lo para o lado pop, assim como artistas de cunho que passam desde Alícia Keys, Jamie Cullum, Corinne Bailey Rae e Joss Stone como os que flutuam também para o blues como John Mayer que traz um caráter que B. B. King conquistou com uma mágica tranquilidade com sua a guitarra dita de blues.
Todos esses artistas trazem em si inspiração. De fato são inspiradores, e voltando para a primeira pessoa: Eu os Admiro! Frase dita com exclamação mas que ao contrário das raízes que tanto merece respeito, nota-se que não trazem nada de novo para o que se tem de atual. Crítica não deve haver, são pontos de vista que se vêem de ângulos diferentes em um mesmo segmento. São citados estes artistas não com um apontamento grotesco, mas suave ao que o pop vem cativando para nossa juventude. Tendo escrito este "nosso", onde me deixa como um possível e passível cúmplice, mostra que também me preocupa com esta crise. A mesma que o pop mescla com estilos e citações para se recriar e renovar a captação de novos músicos em um possível futuro que os amantes dos antigos estilos encontrem hoje em dia com uma enorme captação singular ao que uma época era acatado como original.
Deixo possíveis sugestões para saciar a curiosidade do que, tanto no Brasil, quanto nos Estados Unidos ou Europa, trouxe com originalidade e que hoje flui como pop nas veias da música.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

29 de Fevereiro: Um Encontro Quaternário

Lendo em um site com resumos de coisas propositais e sobre a existência de fatos como este do dia específico do "29 de Fevereiro", podemos assim dizer que se sucede apenas porque como nossos dias não possuem exatamente 24 horas por dia fica entao acrescido um dia a cada quatro anos para que o sol fique alinhado novamente para a cada mais quatro anos acontecer o fato novamente. É mais ou menos assim.
Sabe-se ainda que com a modernidade em quase seu auge tudo ocorre numa velocidade estonteante. Da-se mais valor ao que traz Ibope e menos ao que realmente importa. Sendo assim, prefiro sempre a qualidade quanto a quantidade.
Longe de mim, fiquei feliz em saber que este blog ficou "postado" em alguns itens para pesquisa no Google (maior site para pesquisas, tanto no Brasil como no mundo), e assim, creio que preciso aumentar cada vez mais esta qualidade que sempre busquei.
Por enquanto trago novidades em descobrir o jazz... e creio que em pouco tempo trarei aqui uma materia bem interessante ao meu gosto, que humildemente neste caso em especifico, atinge o pop jazz. Ouço o que tem qualidade e em quase tudo busco o mesmo.. Não sendo mais tão superficial me despeço aqui e felicito-vos por termos mais um dia neste ano de 2008.. um grande abraço à todos e ate mais...